Torre de Belém (Lisboa-PT)
Daca mi-ar citi cineva poezia asta...as putea sa cred ca ma cunoaste cu adevarat...
O que eu adoro em ti
Não é a tua beleza.
A beleza é em nós que existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza.
O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência,
Não é o teu espírito sutil,
Tão ágil e tão luminoso,
Ave solta no céu matinal da montanha,
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento.
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz.
O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai.
O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que adoro em ti lastima-me e consola-me:
O que eu adoro em ti é A VIDA!
Madrigal melancólico - Manuel Bandeira
Sursa foto: Mihaela Calciu
tão honesto, tão bonito, tão
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